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Emanuelly Crescendo!

sábado, 15 de maio de 2010

Quais exames identificam melhor a ovulação em mulheres com infertilidade?

Muitos exames e técnicas diferentes têm sido utilizadas para prever ou confirmar a ovulação em mulheres que desejam engravidar. Os métodos diretos, como a laparoscopia e a ultra-sonografia transvaginal de alta resolução, são invasivos e de custo elevado para o emprego de rotina. Vários métodos indiretos foram desenvolvidos, utilizando a temperatural corporal basal (TCB), a composição do muco cervical e alterações nos níveis de estrógeno, hormônio luteinizante (LH) ou progesterona nos fluidos do organismo. Cada método apresenta vantagens e desvantagens, mas pouco se sabe sobre a confiabilidade de cada um deles. Guermandi e colaboradores compararam e determinaram a precisão dos métodos mais utilizados.
Os autores estudaram 101 mulheres acompanhadas em um hospital universitário italiano para tratamento de infertilidade. As integrantes do estudo tinham entre 18 e 38 anos de idade (média de 32 anos), apresentavam pelo menos 12 ciclos menstruais consecutivos regulares com duração entre 26 e 34 dias antes do início do estudo, tinham peso normal (índice de massa corpórea entre 19 e 24 kg/m²) e eram saudáveis. Níveis de progesterona sérica no meio da fase lútea maiores ou iguais a 8,0 ng/mL (25 nmol/L) foram critérios de inclusão no estudo, sendo também determinados os níveis séricos de prolactina, hormônio folículo estimulante (FSH) e LH. Mulheres com níveis elevados de LH e FSH no início da fase folicular foram excluídas do estudo, bem como aquelas com níveis elevados de prolactina no meio do ciclo. Pacientes com evidências de síndrome dos ovários policísticos ou quaisquer achados intra-abdominais que pudessem dificultar o exame ultra-sonográfico também foram excluídas.
Cada paciente foi acompanhada durante um ciclo menstrual com ultra-sonografias, medidas da TCB, dosagens dos níveis séricos de progesterona e pesquisa urinária de LH. A ultra-sonografia transvaginal foi realizada no 8o dia do ciclo e, a partir de então, a cada dois dias até identificar-se um diâmetro folicular médio de 14 mm. Daí em diante, o exame foi realizado diariamente até serem observadas evidências de ruptura ou desaparecimento do folículo. As medidas da TCB foram realizadas todas as manhãs utilizando protocolos padronizados. A partir do dia em que se observou diâmetro folicular médio de 14 mm, a pesquisa urinária de LH foi realizada diariamente pela manhã e à noite com kits para uso domiciliar. Essas medidas foram realizadas até dois testes positivos consecutivos serem obtidos. A dosagem sérica de progesterona foi realizada no 6o, 8o e 10o dia após a data provável da ovulação, definida como 14 dias antes da data provável da próxima menstruação.
Com a ultra-sonografia, foi possível confirmar o desenvolvimento folicular e a ovulação em 97 ciclos. A identificação de LH na urina foi registrada antecedendo a ruptura folicular em todos os casos. Em três pacientes, não foi possível demonstrar a ruptura folicular através da ultra-sonografia, apesar do exame positivo de LH. A duração média da fáse lútea foi de 13 dias utilizando-se a ultra-sonografia e entre 14 e 15 dias baseado na pesquisa urinária de LH. As informações sobre a TCB não foram disponíveis em 11 pacientes. Entre as 90 pacientes restantes, 69 (68%) apresentaram padrão bifásico. Com base nos valores da TCB, 65 ciclos ovulatórios e 2 ciclos anovulatórios foram confirmados pela ultra-sonografia. A TCB mínima (nadir) variou bastante. Em comparação com a ultra-sonografia, a TCB identificou a ovulação com uma sensibilidade de 77% e especificidade de 33%, resultando em uma acurácia de 74%. A dosagem sérica de progesterona apenas no meio da fase lútea (seis dias após a data provável de ovulação) e a dosagem seriada apresentaram os mesmos resultados. Em comparação com a ultra-sonografia, a dosagem única de progesterona no meio da fase lútea apresentou sensibilidade de 80%, especificidade de 71% e acurácia de 79%.
Os autores concluem que a dosagem dos níveis urinários de LH é um método conveniente que fornece dados precisos para avaliar a data da ovulação. Nesse estudo, a identificação de LH na urina ocorreu de forma consistente 72 horas antes da ovulação. Por outro lado, as pacientes relataram que a medida da TCB é inconveniente, mostrando-se pouco precisa na identificação da ovulação. A ovulação ocorreu desde seis dias antes do nadir da TCB até quatro dias após essa data. A dosagem única de progesterona no meio da fase lútea, utilizando um valor limite de 6,0 ng/mL (19 nmol/L), também foi um método eficiente para a confirmação da ovulação.


Para Refletir:
Heloisa Rosa (Quero te Amar Mais Senhor)

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